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Respeito, Simplicidade, Técnica, Low FoodCost


Começamos sempre pelo respeito, quando comunicamos acerca da comida, da nossa comida ou dos outros, e por mais que o tornemos abstrato, é nele que se baseia sempre a reúnião de uma assembleia, esta que muitos retratam de refeição, uma experiência versátil, que nos adequamos ao nível da sua postura em vez de nos rendermos ao príncipio do que realmente importa, a comida, o sabor, a emoção e sua reação.

A reação, é algo que um cozinheiro convive dia-a-dia, onde na sua cabeça embate como o mar numa rocha de milhares pensamentos futuristas, presentes, filosóficos ou apenas metodológicos. Eu defendo que o nosso instinto mais prímordio enquanto cozinheiros deve ser o encontro, a construção da nossa filosofia gastronómica, a nossa alma enquanto tecnicistas alimentares, encontrar a nossa presença na cozinha, no meio das nossas próprias facas. Apartir daí sensibilizarmo-nos com o contexto mais favorável dependendo do objectivo ou meta de cada um, a nossa ambição vive sempre lado a lado com a nossa vontade. Defendo também que um cozinheiro deve ser consciente das bases da cozinha seja francesa, seja nacional, mas ainda assim, é importantíssimo aprimorarmos o nosso próprio estilo sempre com o respeito ao passado, às origens de cada pormenor que observamos. Observar é fundamental, exercitar também, saber interpretar e compreender ainda mais. É daí que se revela quem é O cozinheiro de quem cozinha. Manter a linha ténua dos nossos objectivos é importantíssimo ao mesmo tempo que nos mantemos ligados com o tempo, com a evolução. Um cozinheiro que sabe realizar clássicos franceses não é obrigado a saber fazer uma boa dobrada como no norte tão bem a fazem. Um cozinheiro deve sempre dominar "o seu estilo", e não entrar na carroagem dos caminhos já traçados por outros, pelo fácil que é encaminharmo-nos a olhar para os outros. Os outros serão sempre a nossa inspiração,a partilha de conhecimento, mas nunca o nosso caminho.

(...)

Nem sempre a simplicidade contraria a complexidade, e considero importante termos realmente a noção do que são estas duas palavras no nosso mundo. Saber entrar no campo de cada uma destas palavras leva estudo, pesquisa, e muitos erros, erros que são fundamentais. O erro é uma chave para o sucesso.

A técnica e a postura caminham de mãos dadas no meu estilo de cozinha, uma cozinha de classe não é obrigatoriamente rigida ou cara. Outra meta, é manter o baixo custo, porque aí simplificamos a nossa oferta que ainda assim pode se tornar complexa com a técnica e observamos o respeito que temos pelo consumidor local. Adaptando sempre o nosso mercado ao mercado. Criar emoção, gera emoção em cadeia e muitas vezes nem nos apercebemos disso antes de entrar na adrenalina, muitos saberão do que estou a falar. Sabor, Sabor, Sabor, Respeito


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