São Bombons, sim eu sei, mas para que saibam, de doces só o milímetro de glaçagem de chocolate negro (67 %).. Ainda que se transpareça um bombom, estas "mignardises bienvenus" são bastante reais no contraste, desde o toque na língua ao céu da boca ou glandulas palatinas, ao passar pela tonsina palativa, depois na faringe, depois no esófago. Aqui descobre-se o brix da terrina de coração de galinha, bem chamuscado e folgado em teriyaki e sal dos himalaias combatendo finalmente o amendoim seco (não tostado) na textura e para realçar a frescura no meio da imensidão chega a geleia de ginja de óbidos ligeiramente fervida, só um pouquinho por/ e a/ favor, para reforçar a sua identidade por mais que seja um ator secundário nesta interpretação.
A essência deste sabor tão único como nesta terrina que muitos pensavam ser foie gras fumado concebeu-me a alegria de dizer: "Bem! É mais barato que isso, mas a sensação de felicidade é a mesma pelo que vejo." E é aqui que vejo a minha teoria funcionar, o meu trabalho surgir, a começar a demistificação do ambiente que me rodiava, a espuma das ondas perdia a timidez, o vento acalmara e o sol bronzeara este guardião de frutos que não eram seus, nem meus, mas sim de quem os degustasse.
Aqui entra a SotiPlanta - Viveiros da Figueira da Foz, que ajudaram este grandalhão a ver o mar pela primeira vez, respirar a avenida pela primeira vez, e que bem que fica, não plantado mas imortalizado nesta foto.
Figueira da Foz, Praia da Claridade Ph: Cristina Aguiar Apoio: Areias de Sabores, Restaurante no Complexo Oásis